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A agência de rating S&P reviu em baixa as suas estimativas de crescimento para a economia portuguesa, antecipando uma “estagnação em 2010, após a contracção de 2,7% em 2009”. A ausência de crescuimento é uma das explicações para o corte de “rating” da dívida portuguesa para “A-“, com “Outlook” negativo.

A S&P explica em comunicado que “o potencial de crescimento económico irá provavelmente permanecer fraco, limitado pela reduzida competitividade internacional, baixos ganhos de produtividade, estagnação do investimento e queda do crédito a nível doméstico, dada o elevado nível de endividamento do sector privado”.

E adianta que a “dependência passada de fontes de financiamento externas, hoje mais escassas, para fomentar o crescimento económico” aliada à “fraca competitividade externa” criam uma dinâmica de crescimento “mais adversa para Portugal”.

A agência afirma ainda que a "rigidez do mercado de trabalho" pode limitar a capacidade de crescimento da economia portuguesa.

As previsões económicas da agência de “rating” ficam em linha com as já avançadas pelas restantes organizações internacionais, que antecipam um cenário de crescimento praticamente nulo.

Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional cortou também as previsões para o ritmo de crescimento da actividade económica, estimando agora um crescimento de apenas 0,3%, em linha com as previsões do Economist Intellegence Unit.

O Banco de Portugal não perspectiva um cenário muito mais favorável, prevendo um crescimento de 0,4%. O Governo mantém-se o mais optimista, prevendo no Programa de Estabilidade e Crescimento entregue em Bruxelas um aumento de 0,7% do PIB em 2010.


A S&P considera a previsão de crescimento do Governo para este ano é "optimista". "Na nossa opinião, os "pressupostos do Governo para a meta de crescimento são optimistas e empolam o impacto orçamental da recuperação cíclica".

O Executivo de José Sócrates "pode, contudo, subir impostos, algo que não faz parte do seu actual plano de consolidação, caso a redução dos défices não venha a acompanhar as previsões", sustenta a agência de "rating" norte-americana.